miércoles, 8 de noviembre de 2023

RACISMO INSTITUCIONALIZADO E INVISIBILIDADE DAS MINORIAS INDÍGENAS

A invisibilidade dos índios na sociedade e nas instituições brasileiras é uma das seqüelas da colonização. O silêncio em relação ao massacre e perseguição dos povos indígenas é fato que visibiliza o enraizamento de um racismo institucionalizado. O visível, o racismo institucionalizado, aponta para o invisível, a falta de tratamento eqüitativo das diferenças étnicas do país. O caso da Terra Indígena do Santuário dos Pajés é exemplar nesse sentido, pois desmascara o véu da suposta democracia racial e plural. O órgão ambiental, o IBAMA-DF, tornou invisíveis os indígenas ao conceder uma licença prévia questionável, afirmando que caberia a FUNAI simplesmente a remoção da comunidade indígena para que o empreendimento fosse realizado.

A Terracap desconsiderou os indígenas e caso não aceitassem a proposta de deslocamento “passariam a ser considerados como invasores”, restando aos indígenas a ameaça institucional e psicológica de se conformarem a uma imposição unilateral da autoridade bem aos modos ditatoriais de 1964 que ainda persistem em setores da vida política em Brasília. Os índios são visíveis como “invasores” para esconder a violência institucional (e “invisível”) contra eles. O próprio Ministério Público Federal no Distrito Federal da área do meio ambiente e dos povos indígenas nos documentos que questionam o licenciamento ambiental para o projeto Noroeste lista os índios entre as vinte e duas “pendências” a serem resolvidas, enfim um racismo institucionalizado que agride a cultura indígena, abusa de poder e marginaliza a questão da ocupação indígena benéfica para a preservação do cerrado da capital da república simplesmente para de maneira visível atender a pressão de grupos instalados no poder público a serviço da especulação imobiliária e financeira. Os instrumentos de poder e de governo do Estado estão sendo usados para oprimir, usurpar e reduzir os direitos nunca para reconhecer, proteger e implementar os direitos humanos dos povos indígenas.

A balança da justiça recebe “invisivelmente” mais “peso” do lado do governo, dos bancos, empreiteiras e instituições que visivelmente viola os direitos e as liberdades dos povos indígenas promovendo a intolerância cultural, o racismo, a perseguição política e a criminalização dos índios e daqueles que lutam pelos direitos humanos.

Awiry- agência tribal de contra-informação e desobediência informativa