miércoles, 8 de noviembre de 2023

DEPOIS DO ÍNDIO GALDINO PATAXÓ AGORA É A VEZ DOS ÍNDIOS DO SANTUARIO DOS PAJÉS?

Depois do índio Galdino Pataxó agora é a vez dos índios do Santuário dos Pajés?

Não bastasse o processo de perseguição que os indígenas sofreram ao longo desses 508 anos, Brasília também guarda um episódio trágico para essa história. Em abril de 1997 o índio da etnia pataxó, Galdino (que já se hospedou muitas vezes no Bananal), foi vitimado por um ato desumano e brutal quando cinco rapazes de classe média alta atearam fogo no índio quando esse dormia em praça pública. Na ocasião alegaram que pensavam que fosse um mendigo, pois não sabiam que era um índio.

Agora parece ser a vez dos índios do Santuário Sagrado dos Pajés que estão sendo “queimados” vivos por setores da imprensa local que desencadeou uma campanha pública de hostilização da comunidade indígena do Bananal, instigando o racismo e a intolerância cultural na capital da república. O direito democrático à informação se tornou num programa explícito de perseguição política e de tortura psicológica contra os índios e contra a defesa dos direitos humanos e das liberdades dos povos indígenas. Durante quase dez meses se assistiu uma verdadeira ofensiva através de matérias tendenciosas na imprensa local que promoveram um verdadeiro linchamento público das minorias indígenas em Brasília. Afirmações racistas como “eles são selvagens e comem pittbull”, “invasores de terras públicas”, “índios homossexuais”, “nós vamos acionar a polícia contra esses invasores”, disse o presidente da Terracap Antônio Gomes; “nós vamos rebocar esses indivíduos” falou o secretário do meio ambiente Tássio Taniguschi, ex-prefeito de Curitiba; “eles são uma piada e são bisonhos” disparou o próprio governador de Brasília ao afirmar que desconhecia a presença indígena no cerrado de Brasília. Parece que ser indígena na capital do Brasil é crime.

O título de Patrimônio Cultural da Humanidade conferido à cidade de Brasília pela UNESCO está ameaçado caso não englobe as culturas indígenas do Santuário dos Pajés da Terra Indígena do Bananal, respeitando a diversidade e a diferença cultural e compreendendo que a vida da cultura indígena está diretamente ligada ao meio ambiente, não havendo separação entre natureza e espiritualidade.

Os índios ficaram na invisibilidade esses 40 anos que ocupam aquela área, cuidando do cerrado e da água para a cidade de Brasília, e agora são atacados porque a área interessa ao setor financeiro que não tem diretrizes éticas e ambientais e fará de tudo para conseguir a terra dos índios em nome dos lucros especulados, eis o verdadeiro espírito da economia capitalista. Ou não foi assim desde o início em 1500?